Artigo: Uma imagem vale mais do que mil palavras…

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Por: Gustavo Girotto*, Raphael Anselmo** e Luís Bassoli ***

Alguns dias atrás, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings alterou a perspectiva (nota de crédito) do Brasil de estável para positiva – algo que não ocorria desde 2019. Isso fez com que, a taxa de câmbio, chegasse a R$ 4,77 (queda de 9,7% desde a posse de Lula), menor cotação em um ano. Isso, em um exemplo rápido, contribuiu para que o IGPM, índice de reajuste de aluguel, tenha atingido, no ano, deflação de -2,58%.

Alguns indicativos ainda explicam o movimento, uma vez que é levado em consideração perspectivas de longo prazo. O arcabouço fiscal, a melhora da inflação, queda do desemprego, o crescimento de País – que saiu de 0,63% para projeções de 2,5% – são fatores presentes, mesmo com o Campos Neto não querendo largar o freio de mão. A percepção econômica do Brasil, ou nossa fotografia, como era previsto, melhorou consideravelmente nos últimos 6 meses.

O Banco Central, depois deste importante recado da S&P, agora já sinaliza possível corte de juros. Finalmente, após anos, temos no horizonte indícios consistentes de que o Brasil está avançando! Mas a fotografia é importante?

Olhando para um cenário mais local, fazendo um paralelo, a fotografia de Taquaritinga hoje é um mero borrão. É como se o atual prefeito e vice atrelam-se a sua imagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro que, pelo caminhar, ficará inelegível por longos anos.

 

Há duas fotografias: a do crescimento, do compromisso fiscal, da queda da inflação, e da melhora de vida da população. A outra, não passa de um borrão: é a gestão catastrófica da pandemia, inflação, desemprego, escândalo das joias, crise moral, tentativa frustrada de um golpe de Estado e o isolacionismo do Brasil no cenário internacional.

Pensa: nada nos orgulha e nos ajuda enquanto nação a ver um presidente comendo um hamburguer sozinho em uma reunião do G20. O que nos enaltece é um chefe de Estado sendo ovacionado por uma multidão na Europa, ao afirmar que, países da revolução industrial, detêm uma dívida histórica com o meio ambiente.

Atrelar-se à imagem de Bolsonaro não é somente tentar surfar em uma popularidade falida que, nos próximos anos, será claramente dissolvida. É mais: corrobora com uma linha de pensamento de estagnação política, econômica e social, de obscurantismo, de um modelo que fracassou, que muito mal fez ao povo brasileiro.

A recuperação econômica comprova – como água cristalina jorrando da fonte, que os primeiros 6 meses de um governo é sempre de atenção, mas Lula se descola do risco traçado inicialmente pela Faria Lima. E, pelo visto no cenário local, a atual administração se abraça a esse passado de obscurantismo e redobra a aposta no fracasso. Se querem mostrar engajamento político, erraram vertiginosamente: a mensagem foi em direção oposta. Esse estrépito administrativo se tornou não apenas um mero borrão – pelo noticiário local, é um filme queimado de um ciclo de atraso de anos. E, no final do dia, até os estudantes universitários seguem sem receber o auxílio transporte, dificultando cada vez mais para que Taquaritinga tenha mão de obra qualificada e traga o progresso para a nossa cidade.

Nesta terça-feira (27/6), o Tribunal Superior Eleitoral deverá encerrar o julgamento que tornará o ex-presidente inelegível, como requer a Procuradoria-Geral Eleitoral. O resultado deve ser anunciado na quinta-feira; a partir daí, veremos como será o bolsonarismo sem Bolsonaro.

Millôr Fernandes dizia:  “Se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isto com uma imagem”. Eis a foto, tire você suas conclusões…

*Gustavo Girotto é jornalista.

**Raphael Anselmo é economista.

*** Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

****Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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